Charles Manson não precisa, infelizmente, de grandes introduções.
A 'família' que liderava, na Califórnia, ficou conhecida, entre outros, pelo assassinato de Sharon Tate (na altura, mulher do realizador Roman Polanski).
Neil Young, em 1974, faz um retrato interior violento, do ponto de vista de Manson, do sentimento que uniria aquela 'comuna familiar', em Revolution Blues.
Um ano depois, os Flaming Lips (que têm registada uma versão live da Death Valley '69 dos SY, na compilação ao vivo "Finally Punk Rockers Are Taking Acid", de 2002) apresentam o seu disco de estreia, onde figura Charlie Manson Blues.
Charles Manson não ficou só pela face passiva da moeda musical. Teve também uns breves e irrelevantes fogachos musicais.
No plano da justiça, depois de ser condenado à morte em 1971, viu a pena ser comutada para prisão perpétua (pela abolição temporária da pena de morte no estado da Califórnia, em 1972 - depois reintroduzida). Tem sido recusada a sua libertação condicional, que será reavaliada outra vez dentro de dois anos.
Na casa-mãe da Bor Land, com vista para a Avenida dos Aliados e da Câmara Municipal da Invicta, tive o privilégio de assistir ao evento da Bor Land - label dos portugueses Old Jerusalem, Carlos Bica, La La La Ressonance e Alla Polaca, entre outros -, de nome Innerland, na sua 2.ª edição. Tratava-se de um concerto de Old Jerusalem, para 40 pessoas, com a promessa da maior intimidade possível - o que, estando a falar de Old Jerusalem, é mesmo a maior intimidade possível. Por €15, via-se o espectáculo, era oferecido o "The Temple Bell" e ainda um buffet no final da festividade. E, meus caros, a intimidade foi total. Uma guitarra acústica, sem micros, um baixo eléctrico ligado a um combo e bateria tocada com as denominadas "vassouras", tudo arrumado a um canto de uma das divisões do espaço, sem qualquer preocupação com a iluminação ou qualquer outro recurso para a criação de ambiente. Um Francisco Silva muito comunicativo foi o mestre de cerimónias e as músicas do catálogo de Old Jerusalem foram apresentadas quase despidas. Foi assim com Her Scarf, Ruler Of My Heart, Time Time Time e Twice The Humbling Sun, de "The Temple Bell"; uma ligeiramente diferente 180 Days, O Joy of Seeing You, Seasons, de "Twice the Humbling Sun" e Always Do, de "April". Quanto a versões, também as houve. Sumarentas. Aliás, o concerto começou com For The Sake of The Song, de Townes Van Zandt, tocado a solo por Francisco Silva. Mais tarde no alinhamento apareceu a fenomenal música de Neil Young, Harvest Moon, tocada em half tempo. Muito bem conseguida também. Momento muito peculiar surgiu com uma versão de Proove My Love dos Violent Femmes (!).
Um excelente concerto, portanto. Único. Aqui ficam as versões acima referida, mas agora pelos originais.