Domingo, 10.12.06

Novo clip de Dylan


Thunder On The Mountain, Bob Dylan
"Modern Times" (2006)
publicado por Olavo Lüpia às 23:34 | link do post | comentar
Sexta-feira, 17.11.06

Especial Jeff Buckley - As influências

É difícil conseguir abarcar todas as influências de Jeff Buckley. Na sua música há rock, pop, blues, jazz, soul e até o punk... Tentamos, por isso, reter a atenção nas mais importantes - correndo o risco, assumido, de fornecer uma lista incompleta.

Desde logo, os Led Zeppelin, mais concretamente, a voz de Robert Plant e a guitarra de Jimmy Page. O primeiro disco que o jovem Buckley ouviu incessantemente foi o "Physical Graffitti" (1975).
Aqui está a música mais conhecida desse disco, a intemporal Kashmir, na versão live tocada na histórica actuação dos Zepp no Festival de Knebworth, em 1979.

Nina Simone. Aqueles falsettos de Jeff Buckley, as influências mais soul que perpassam a sua música e voz, Lilac Wine e até, porque não, Lover, You Should've Come Over... Muito de Buckley tem também muito da imortal Nina Simone que, só para contrariar esse epíteto, deixou-nos em 2001.
Aqui está uma belíssima música que Jeff chegou a tocar ao vivo nos tempos das suas actuações no Sin-É, em Nova Iorque: If You Knew.

Edith Piaf - com aquelas especiais inflexões da voz e aquele vibratto tão característico, como se pode ouvir em Hymne A L'Amour.

Nusrat Fateh Ali Khan, o paquistanês da "voz voadora", que mostrou a Buckley sonoridades diferentes a que correspondem outras tantas possibilidades e soluções vocais. Tais influências são mais que notórias, por exemplo, na música What Will You Say?.
Haq Ali Ali Haq - Nusrat Fateh Ali Khan

Bob Dylan, na composição de canções. Nas set lists dos concertos no Sin-É, era já habitual umas versões de Dylan como If You See Her Say Hello, I Shall Be Released ou até mesmo esta...
Just Like a Woman, "Blonde on Blonde" (1966)

Van Morrison dos anos 60, como, de resto, já havia falado aqui. Podem ainda ver Buckley a tocar Sweet Thing, acompanhado por Gary Lucas, nos tempos dos Gods & Monsters.

Elizabeth Fraser, voz dos This Mortal Coil e dos Cocteau Twins. Liz e Jeff acabaram por se tornar amigos e fãs mútuos. Podem ouvi-la, com os This Mortal Coil, na versão de um tema bem conhecido de... Tim Buckley (uma das mais belas canções de sempre):
Song to The Siren
De referir, também, que a versão de Kanga-Roo, dos This Mortal Coil, era parte integrante dos espectáculos ao vivo de Buckley.

Tim Buckley e músicas como esta, que põe fim a "Goodbye and Hello", de 1967:
Morning Glory.

publicado por Olavo Lüpia às 01:16 | link do post | comentar | feedbacks (4)
Quinta-feira, 02.11.06

10/10 (dez-em-dez) - I - Bob Dylan (1962)

Aqui está, como já havia anunciado, a minha lista de discos preferidos, com a etiqueta "10/10" (dez-em-dez).
Não negando a importância dada às canções, como pedaços estanques saídos da pena de qualquer compositor, é o seu enquadramento dentro de uma obra específica, um disco ou álbum, que mais me interessa "estudar". Não acredito (ou não quero acreditar) na morte do formato "disco" que se vai apregoando, devido à evolução assustadora da tecnologia e da net e da venda electrónica isolada de músicas.

Posto isto, por onde se deve começar? M. de La Palisse diria «pelo início». E, mais uma vez, teria razão!
Enquanto preparava o post, assaltaram-me algumas dúvidas, a saber.
Começar por Bob Dylan (o compositor), parece mais que lógico e indiscutível, como o mais importante e influente escritor de canções da história da música contemporânea. Toda a gente lá foi "beber". Mas, "Bob Dylan" (o disco, o primeiro do compositor) é composto de 12 canções, sendo que apenas duas saem da pena do homem...
Por outro lado, este disco é, desde logo, ofuscado pela qualidade extraordinária dos que lhe seguiram: "Freewheelin' Bob Dylan", "The Times They Are A-Changin'", "Another Side of Bob Dylan", "Bringing It All Back Home" ou "Blonde on Blonde" - aí, sim, aparece o verdadeiro Dylan compositor.
No entanto, "Bob Dylan" é, para mim, um dos discos mais importantes da história da música contemporânea. «Porquê?» - perguntam, pouco interessados.
Para além de algumas canções tradicionais recuperadas por Dylan, este disco faz a evocação dos primeiros escritores de canções. Eles aparecem todos por ali, directa ou indirectamente: Woody Guthrie, Ledbelly, Blind Lemon Jefferson, Blind Willie Johnson (sim, havia muito ceguinho a cantar, ao que parece), Mississipi Fred McDowel, Booker T. Washington White e muitos outros que me estou a esquecer ou desconheço...
Com este disco, diz-se (ainda que, penso, subconscientemente) «aqui está um documento que faz a súmula da história da escrita de canções até agora. Agora, comecemos do zero».
A base para atingir tal desiderato, tendo em conta a história até então, só podia ser a do mote "a red guitar, three chords and the truth", a que se juntaria, naturalmente, uma harmónica, ou seja, o folk e os blues.
Agora, imaginem o contraste entre aqueles vozeirões dos anos 50 e 60 e a franzina e frágil voz nasalada de Dylan... Muitos (outros) narizes se torceram e as respectivas vozes diziam que o homem não sabia cantar e que aquilo não era voz "que se apresentasse" a ninguém.
Porém, havia sempre uma pequena falha nesta equação: as canções. E as canções e a escrita de Dylan batem todos os "contras" que lhe queiram apontar.
Assim, este disco tem um valor inestimável, mais que intrínseco, extrínseco também.
Concluindo, acho que este é o começo do começo e um verdadeiro marco musical, pelo que fiquem com Talkin' New York, a história da sua chegada e primeiros tempos vividos na cidade e Song To Woody (a declarada homenagem a Guthrie e outros escritores de canções que o influenciaram), estas duas saídas da pena de Dylan. Entre elas, ouçam também as "curtidas" Gospel Plow e Freight Train Blues.

Talkin' New York
Gospel Plow
Freight Train Blues
Song to Woody

publicado por Olavo Lüpia às 00:31 | link do post | comentar
Terça-feira, 17.10.06

Direito de resposta

Em resposta ao post do inadjectivável Incontinental, queria apenas chamar a atenção para o presente, prevendo o futuro, com esta menina, que - de tão bonita - não se consegue explicar...



(Ah, pois. Quase me esquecia que isto tem uma música... E que bela música!)
When The Deal Goes Down, Bob Dylan
"Modern Times" (2006)

É neste momento em que, inadvertidamente, encho o peito de ar... para o deixar sair logo depois, quase silenciosamente...
publicado por Olavo Lüpia às 11:53 | link do post | comentar | feedbacks (6)

pesquisar neste blog

 

subscrever feeds

Rock Stock

Bichos Protegidos da Serra da Malcata

posts recentes

tags