Quarta-feira, 11.02.09

Da inspiração - O 2.º concerto para piano de Sergey Rachmaninov


Concerto para Piano N.º 2 em Dó menor, Op. 18
1.º Andamento - Moderato; 2.º Andamento - Adagio Sostenuto; 3.º Andamento - Allegro Scherzando.
Interpretação de Alexis Weissenberg (piano), Herbert von Karajan (maestro) e a Orquestra Filarmónica de Berlim.

O 2.º Concerto para piano de Rachmaninov, composto entre 1900 e 1901, foi, desde logo, importante para o próprio compositor, depois de a crítica ter sido demolidora para com a sua primeira Sinfonia, em 1897. Como resultado, o homem padeceu de uma depressão que durou vários anos e um bloqueio criativo. A ferida sarou com este seu segundo concerto para piano que, por isto mesmo, foi dedicada ao seu médico, Nikolai Dahl.
Resta também a curiosidade de ter influenciado alguns nomes da música actual. De uma forma bem clara, refira-se o vocalista dos Muse, Matthew Bellamy, que chega a ter citações do primeiro andamento em músicas como Space Dementia ou Butterflies and Hurricanes (note-se a influência da peça no solo de piano da música).

Space Dementia, "Origin of Symmetry" (2001)
Butterflies and Hurricanes, "Absolution" (2003)

Frank Sinatra usa "a" voz em Full Moon and Empty Arms (1945), composta com base no terceiro andamento, enquanto que o primeiro andamento deste Concerto de Rachaminov baseou a composição de I Think Of You (1957).

No entanto, neste aspecto, o belíssimo segundo andamento não tem que ficar triste. O exemplo mais claro do uso desta obra vem mesmo deste andamento. O seu tema foi usado para fundar as estrofes do hiper-meloso All By Myself.


All By Myself, Eric Carmen (1976)

Mas não se pense que este segundo andamento foi apenas usado "para o mal". A progressão de acordes do referido tema serviu também David Bowie na composição de uma das mais brilhantes músicas rock de sempre...

Life On Mars? - David Bowie
"Hunky Dory" (1971)
publicado por Olavo Lüpia às 00:45 | link do post | comentar
Segunda-feira, 02.10.06

(Raro) Momento de Erudição

(A meus "pais")

Após mais um visionamento do filme Shine, sobre a vida de David Helfgott, que andava maluquinho para tocar o Concerto para Piano #3, em Ré Menor, Op. 30, de Sergey Rachmaninov e que, depois de o tocar, ficou mesmo, achei que era impossível não postar qualquer coisa sobre tal monumento intemporal.
A primeira coisa que me vem à cabeça é dizer que quem gosta de ouvir música clássica porque relaxa vai ter uma grande desilusão. O concerto não é nada relaxante e, no final, só me apetece dar saltos e berrar muito!
Considerado por muitos como o concerto mais difícil para se tocar ao piano, não é só pela técnica que a coisa se torna difícil. Conseguir transportar para a interpretação a paixão que o desequilibrado Rachmaninov escreveu em papel de música é outra obra de incomensurável grandeza. Bem tocado, é uma experiência auditiva única.
Assim, com a ajuda do amigo do costume (You Tube), vou postar, em forma de vídeo, divido por três partes (uma por cada andamento), o concerto de que falo, através daquele que é considerado, unanimemente, como o seu melhor intérprete, Vladimir Horowitz. Nesta gravação, Horowitz apresenta-se já com cerca de 80 anos e é muito bem acompanhado pelo Maestro Zubin Mehta e pela New York Philarmonic.

1.º Andamento
2.º Andamento
3.º Andamento

publicado por Olavo Lüpia às 22:16 | link do post | comentar | feedbacks (3)

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