Sexta-feira, 11.12.09

Porque hoje é Sexta/Novidades/This Week In God


Such A Scream
Goin' Out West
Tom Waits, "Glitter and Doom Live" (2009)
publicado por Olavo Lüpia às 02:32 | link do post | comentar | feedbacks (1)
Terça-feira, 08.12.09

Novidades/This Week In God


Pouco mais de 20 anos depois de "Big Time", Tom Waits volta aos registos ao vivo. Na altura, "Big Time" surge numa altura ideal, sendo, no fundo, a celebração da perfeita triologia "Swordfishtrombones"/"Rain Dogs"/"Frank's Wild Years" (qual deles o melhor?). O marinheiro Frank deu a volta ao mundo e viu-a documentada em disco e em filme.
Em 2008, Tom Waits sai em digressão de uma forma inesperada. O último disco de originais, "Real Gone", é de 2004 e o lançamento do triplo "Orphans: Brawler, Bawlers & Bastards" data de Novembro de 2006. Seria uma digressão de celebração, onde, sem disco específico a promover, se poderia ouvir um pouco de tudo, de uma carreira que teve o seu primeiro disco ("Closing Time") lançado 35 anos antes.

Esta é uma digressão especial aqui para o tasco. Vi os últimos 3 concertos da digressão, em Dublin, numa tenda de circo gigante montada no centro do Phoenix Park. 3 noites memoráveis (qual delas a melhor). Daí que este seja também um disco especial.
Com a disponibilização do concerto no Fox Theatre de Atlanta logo no mês de Julho de 2008 (ligação), percebeu-se esta possibilidade como real. O som era bom, e Tom Waits e a banda estavam numa belíssima forma. As canções apareciam com outros arranjos, mas sempre com o selo de qualidade do homem que traz na sua obra a melhor súmula dos últimos 100 anos de música.

Agora temos aí o registo, com canções gravadas um pouco por todo o lado, entre os Estados Unidos e a Europa. Grandes músicas, algumas um pouco diferentes do que se esperava, um grande performer com momentos de stand-down-at-the-piano comedy. Uma força magnética que prendeu milhares de pessoas durante espectáculos que rondaram, por norma, duas horas e meia, desde o primeiro «Ah-boom!» ao último «obrigado».
E nós, que lá fomos, é que nos sentíamos os únicos obrigados a agradecer.

O segundo disco contém uma faixa de 35 minutos com uma compilação das histórias, inventadas ou reais, que Tom Waits ofereceu às suas plateias. A compra do último ar expirado por Henry Ford - «think about it: how many more are there?» -, a viagem de avião ao centro de malas perdidas, onde tudo pode ser encontrado, incluindo a mala que usara nessa mesma viagem, que se tinha extraviado, entre muitas, muitas outras.

Um disco como estes não é recomendável, é mesmo obrigatório.

Dirt In The Ground
Circus
Tom Waits, "Glitter and Doom Tour Live" (2009)

[Ver ainda:
- Crítica aos concertos de Dublin;
- Setlists dos concertos de Dublin;
- Ambiente no Phoenix Park, antes dos concertos.]
publicado por Olavo Lüpia às 17:10 | link do post | comentar
Terça-feira, 13.10.09

Novidades - Tom Waits/This Week In God



A data a marcar na agenda é 24 de Novembro. Mas como houvesse um magote de gente a conjugar profusamente o presente do indicativo do verbo 'salivar', algumas coisinhas boas já estão disponibilizadas.
Assim, podem fazer o download gratuito das primeiras oito músicas do duplo "Glitter & Doom Live" (ligação) e a pré-encomenda online, a preços convidativos (ligação).

Fica-se a saber também que o primeiro disco é constituído por 17 músicas, enquanto que o segundo contém apenas a faixa Tom Tales, uma compilação de 35 minutos dos monólogos e pequenas histórias humorísticos com que Waits costuma brindar as suas assistências.

Lucinda/Ain't Goin' Down The Well - Tom Waits
Fox Theatre, Atlanta, GA, 05.05.2008 [ligação para concerto integral]
publicado por Olavo Lüpia às 00:01 | link do post | comentar
Sexta-feira, 19.06.09

Porque hoje é Sexta.../This Week In God


Foi com as duas músicas em baixo que Tom Waits iniciou o concerto de 05.07.2008 em Atlanta, Georgia. Foi também assim que começou a 2.ª noite de Dublin (31.07), a penúltima da digressão "Glitter & Doom".

Lucinda/Ain't Going Down The Well
Down In The Hole
publicado por Olavo Lüpia às 12:00 | link do post | comentar | feedbacks (1)
Terça-feira, 05.08.08

Tom Waits at Ratcellar (Phoenix Park) #3 - «Hail, Hail, the Eyeball Kid!»

As luzes apagam-se e o feitiço começa logo a seguir à ovação em pé.
«Ahh-poom!», vocifera o homem da voz metálica, quantas vezes ferrugenta, e começa o mais que eficaz medley Lucinda/Ain't Going Down The Well, que abriu as hostes em todos os concertos da digressão 'Glitter & Doom'. A partir daí, estão uns milhares de pessoas enfeitiçadas durante cerca de duas horas e meia, membros da banda incluídos. Suspensos de cada movimento: da mão, do pé, do torso. Por esta altura, Waits está no meio de um pequeno estrado circular poeirento, com pequenos instrumentos de percussão no chão, que vibram de cada vez que deixa cair o pé com violência, controlando tudo o que vive à sua volta.


Lucinda/Ain't Going Down The Well
(31.07.2008)

Uma dezena de músicas depois, Waits senta-se em frente ao piano e inicia cada uma das músicas com uma pequena história. Fala da sua ideia para comida canina fluorescente, para que se tenha uma tarefa mais fácil na recolha dos seus dejectos; de como deve ser afastado dos leilões do e-bay, porque acabou de comprar «the last dying breath of Henry Ford»: «think of it: how many more of them are there?!»; antes de uma devastadora Invitation To The Blues, na segunda noite, discorre sobre como a Irlanda está mudada: viu uma placa a dizer "Men Working"... e, para sua sua surpresa, «there were actually men working»; na primeira noite diz que vai tocar um pedido: «my own request!» e lança-se a uma arrebatadora Tom Traubert's Blues que deixa o público em pé durante um ou dois minutos, com as palmas das mãos doridas...
O set de piano acaba sempre com o convite ao canto do refrão de Innocent When You Dream.


Tom Traubert's Blues
(01.08.2008)

As músicas apresentam-se com novos arranjos, nos quais brilham todos os músicos, principalmente o guitarrista Omar Torrez e Vincent Henry, na harmónica, clarinete e numa variedade de saxofones. Os arranjos fazem ainda sobressair o melhor do ainda muito jovem baterista Casey Waits, filho de Tom. Arranjos esses que são excelentes, por exemplo, em Dirt In The Ground, agora quase hipnótica, God's Away On Business ou Cemetery Polka. Note-se ainda a presença do ainda muito novo filho de Waits, Sullivan (13 ou 14 anos), no clarinete e sax em algumas músicas, e congas em Hoist That Rag - a música das "guitarras cubistas" (pela mão de Marc Ribot) apresenta-se cada vez mais latina.

Hoist That Rag, "Real Gone" (2004)

Poucas são as músicas que se repetiram em todas as três noites de Dublin: o medley inicial, Down In The Hole, Innocent When You Dream, Hoist That Rag, Lie To Me e Make it Rain, que me lembre. As primeiras duas noites apresentaram-se como se fossem espectáculos complementares, de tão poucas músicas coincidentes. A terceira noite foi um apanhado das noites anteriores (comparar as setlists, no post abaixo), com a oferta de duas pérolas: Blue Valentines e The Heart Of Saturday Night.

The Heart of Saturday Night, "The Heart of Saturday Night" (1974)

Um dos momentos altos da primeira e terceira noite foi Eyeball Kid, com as luzes a apagarem-se, excepto alguns focos brancos, quando Tom pega num chapéu todo espelhado. O resultado é visualmente eficaz: um caleidoscópio de pequenos focos saídos de cada um dos espelhos do chapéu, como se fosse uma bola de discoteca.
Make It Rain marcou o fim dos concertos, com a suplica de Waits a ser correspondida com uma chuva de confettis de cor azul e amarela. Na primeira noite, a súplica da lenda correu tão bem que, logo a seguir, o próprio céu de Dublin baptizou aquela tenda com uma feroz golfada de água que não mais deixou de castigar a cidade do Leefy naquela noite.


Make It Rain
(31.07.2008)

Em resumo, três noites absolutamente brutais. Tom Waits está dentro daquele pequeno número de pessoas que garantem sempre um espectáculo excelente. Na sua obra podemos encontrar todo o século XX, entre o jazz, o blues, a folk, a soul, a world music (rumbas, polkas, valsas...) e o mais que possamos imaginar.
Serve apenas de consolo a forma como acabou o segundo encore do último dia:
«So don't cry for me
For I'm going away
And I'll be back some lucky day
».

Pony, "Mule Variations" (1999)
If I Have To Go, "Orphans(...): Bawlers" (2006)
Lucky Day, "The Black Rider" (1993)
publicado por Olavo Lüpia às 14:51 | link do post | comentar | feedbacks (1)

Tom Waits at Ratcellar (Phoenix Park) #2

Quanto às setlist dos concertos, aqui ficam os cardápios, com a ajuda do inevitável Eyeball Kid.

- Quarta-feira, 30.07.2008:

Lucinda/Ain't Going Down To The Well, Raindogs/Russian, Dance Falling, Down On the other side of the world, I'll shoot the moon, Cemetery Polka, Get behind the mule, Cold cold ground, Singapore, Circus/Tabletop Joe, God's Away On Business;
Tom Traubert's Blues, On the Nickel, Christmas Card from a Hooker in Minneapolis, Innocent When You Dream;
Lie to me, Hoist that Rag, Lost At The Bottom Of The World, Green Grass, Down in the hole, Metropolitan Glide, Dirt in the ground, Make it rain;

Encore:
Jesus' Gonna be here, Eyeball Kid, Time.

- Quinta Feira, 31.07.2008

Lucinda/Ain't going down to the well, Down in the hole, Come on up the house, The bottom of the world, Jockey full of bourbon, Chocolate Jesus, Misery is the river of the world;
Picture in a frame, Tango till they're sore, Invitation to the blues, House where nobody lives, Innocent when you dream;
Lie to me, Sixteen shells from a thirty-ought six, 9th & Hennepin, Black market baby, Trampled rose, Hoist that rag, All the world is green, Hang down your head, Raindogs/Russian Dance, Make it rain;

Encore:
Heart attack and vine, November, Hold on.

- Sexta-feira, 01.08.2008

Lucinda/Ain't going down to the well, Raindogs/Russian Dance, Down in the hole, I'll shoot the moon, Other side of the world, Falling Down, Jesus' gonna be here;
Tom Traubert's Blues, Heart of Saturday Night, Lost in the Harbour, House Where Nobody Lives, Innocent When you Dream;
Hoist That Rag, Cemetery Polka, Green Grass, Long Way Home, Lie to Me, Blue Valentines, Trampled Rose, Eyeball Kid, Going Out West, God's Away on Business, Make it Rain;

Encores:
16 Shells from a thirty-ought six, Heigh Ho, Dirt in the Ground;

Metropolitan Glide, Lucky Day.
publicado por Olavo Lüpia às 07:00 | link do post | comentar

Tom Waits at Ratcellar (Phoenix Park) #1 - «I've come five hundred miles just to see your halo»


- O ambiente:

a) O local

Come On Up To The House, "Mule Variations" (1999)

Chegar à parte norte do enorme e lindíssimo Phoenix Park e observar o local onde as festividades se iriam desenrolar foi, por um lado, substituir o nervosismo por pura comoção pela certeza de que qualquer coisa de único se iria ali passar: Tom Waits preparava-se para terminar a digressão europeia numa enorme tenda de circo azul e amarela assente em 6 colunas.
E quaisquer dúvidas seriam dissipadas após a entrada no espaço, uma espécie de arraial circense, com comida, da fast food a crepes, café e bebidas (cerveja, vinho branco e tinto e champanhe), e merchandising da digressão.


b) As pessoas

We're All Mad Here, "Alice" (2002)

Havia de tudo, mesmo de tudo, numa mole do mais heterogéneo que pude ver num concerto. Dos que tinham acabado de sair do escritório sem tempo para se mudar, ainda com o fato e gravata, passando pelo povo 'esquizo' de todas as facções até aos wanna-be Tom Waits, nas suas mais diferentes encarnações: os de fato de igual corte e chapéu condizente aos mais recentes anos, os da camisa vermelha com colete negro circa 1987 (digressão que daria origem ao disco e filme "Big Time") e uma fabulosa cópia de um Tom Waits da era de "Nighthawks at the Diner" e "Small Change", de fato e magra gravata negros, camisa branca e a inconfundível boina.

Pena apenas que os irlandeses sejam pessoas esquisitas com prioridades diferentes.
Prioridades? Perdão, prioridade! E essa prioridade passava pela cerveja, o que originou uma das partes mais chatas dos 3 dias: pessoas que, ainda que tendo pago muito por um concerto, insistiam em sair e entrar do espectáculo para buscar cerveja, ir às casas de banho terminar o ciclo biológico da referida bebida ou fumar cigarro, obrigando as outras pessoas a levantar-se para lhes ceder passagem, na ida e na vinda. Nada que fosse decisivamente desagradável face à qualidade da performance de Waits.
publicado por Olavo Lüpia às 02:00 | link do post | comentar
Terça-feira, 29.07.08

Tom Waits - Digressão "Glitter & Doom" (2008)


Para quem conseguiu vê-lo, para quem ainda o vai ver (!) e, principalmente, para quem não foi nem vai poder ir vê-lo na digressão "Glitter & Doom" - que acaba em Dublin, na 6.ª feira -, a já aqui falada National Public Radio (NPR) acaba de disponibilizar o concerto (140 minutos) dado pelo Senhor no passado dia 5 Julho na capital do estado da Georgia, Atlanta, no Fox Theatre.
A banda era constituída por: TW - voz, guitarra, piano; Seth Ford-Young - contrabaixo; Patrick Warren - teclas; Omar Torrez - guitarra; Vincent Henry - sopros; e Casey Waits, filho de Tom - bateria e percussão. Larry Taylor também tocou guitarra eléctrica em algumas músicas.

Aqui fica o link directo para o mp3 do concerto:

Tom Waits no Fox Theatre, Atlanta, GA (concerto)
(05.07.2008)

[Set list:
Lucinda/Ain't Going Down to the Well;
Down in The hole;
Falling Down;
Chocolate Jesus;
All the World Is Green;
Cemetery Polka;
Cause Of It All/'Til The Money Runs Out;
Such A Scream;
November;
Hold On;
Black Market Baby;
9th and Hennepin;
Lie To Me;
Lucky Day;
On The Nickel;
Lost In The Harbor;
Innocent When You Dream;
Hoist that Rag;
Make It Rain;
Dirt In The Ground;
Get Behind The Mule;
Hang Down Your Head;
Jesus Gonna Be Here;
Singapore
.

Encore:
Eyeball Kid;
Anywhere I Lay My Head
]
publicado por Olavo Lüpia às 01:22 | link do post | comentar | feedbacks (3)

pesquisar neste blog

 

subscrever feeds

Rock Stock

Bichos Protegidos da Serra da Malcata

posts recentes

tags